As formigas

Por Fernanda Santiago Valente

Gosto de observar as formigas.
Elas trabalham sem parar.
Eu as vejo roubando comidas.
Entram em buracos, que posso considerar suas casas.
As formigas preparam até o funeral.
Matei uma formiguinha, coitadinha!
Fiquei prestando atenção no comportamento de suas amiguinhas.
Todas levaram a formiguinha morta para um buraco.
Me arrependi de ter matado a formiguinha.
As outras ficaram tristes demais.

Ps: Vai me dizer que você nunca fez isso? Já tramou uma enchente para as formigas? Às vezes me imagino sendo o Deus das formigas. Faço com elas o que quero. Por acaso Deus não é assim? Não faz com a gente o que ELE quer? Qual será o dia da nossa morte? Só ELE sabe. Só ELE.

Se você gosta de formigas, indico para a sua leitura “As Formigas”, de Bernard Werber

Trecho: “Andar -45: a 103.683ª assexuada penetrou nos salões de luta, que eram peças com pé-direito baixo, onde as soldadas se exercitavam para as guerras da primavera. Guerreiras se duelavam em todo lugar. As adversárias, de início, se apalpavam, avaliando a envergadura da oponente e o comprimento das suas patas. Giravam, tateavam-se os flancos, puxavam os pêlos, lançavam desafios odorantes, sondavam-se com a ponta maçuda das antenas. Depois lançavam-se uma sobre a outra. Choque das carapaças. Cada qual se esforçava para cinturar as articulações torácicas. Assim que uma delas conseguia, a outra tentava lhe morder os joelhos. Eram gestos bruscos e sucessivos. Erguiam-se nas patas traseiras, caíam e rolavam em fúria.”

Editora Travessa