segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Don Juan


O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundancia nunca
se fartará da renda; também isso é vaidade.

Estou pensando no mendigo no Don Juan de Moliére. Ele está sentado numa esquina quando passa um nobre. O estranho que está passando é Don Juan, um homem amargo que tem sua fortuna e seu caráter arruinados.
_Uma esmola pelo amor de Deus – pede o mendigo.
Don Juan pára, tira do bolso sua última moeda de ouro e estende-a sobre os braços estirados do mendigo.
_Blasfeme de Deus, e eu a darei a você.
_Ah! Não, meu senhor – diz o mendigo. _Eu nunca faria isso.
Um gesto desses é mais cheio de graça do que um céu cheio de estrelas, do que mil sinfonias, do que uma Torre Eiffel ou do que uma Monalisa. Tomás de Aquino dizia que o esplendor de uma alma em graça era tão sedutor que superava em beleza todas as coisas criadas.

(O Evangelho Maltrapilho, de Brennan Manning, pág 92 e 93, Editora Mundo Cristão).


3 comentários:

Anônimo disse...

Prezada amiga poetisa, esta matéria inspira-me a criar com poesia a minha frase do dia: Divinal é aceitar açoites como cortesia do que a infernal esmola asquerosa com heresia.

Abraços fraternos, do amigo poeta,

Luiz Augusto da Silva
Olímpia - São Paulo

Anônimo disse...

Querida amiga poetisa, bom dia!

Fernanda, O “Evangelho Maltrapilho” referenciado neste atigo lembra-me um poema, de minha autoria,que o transcrevo “como estribilho”:

Andarilho

Perambula sem destino
Pelas ruas ou estradas
Usa suas vestes rotas:
Rasgadas e amarrotadas.

Caminha cabisbaixo
Observando o chão
À procura do ouro; mas,
Só encontra o latão.

Com este comportamento
Vive sempre a esperar
Que em algum momento
Irá: a fome e a sede saciar.

Vida dura! Cai a noite!
Com o frio vem o açoite.
Sem nenhum agasalho
Vive tenebroso pernoite.

No que vejo quase nem acredito.
O meu pensamento entra em
Conflito e pergunta-me o quê
Faz este homem tão aflito:

Será frustração; descaso social;
Opção de vida; ou será abandono?
Que venha a resposta durante
O meu merecido sono. Afinal,...

Abraços fraternos, do amigo poeta,

Luiz Augusto da Silva
Olímpia – São Paulo.

Anônimo disse...

Oi, prezada amiga. Bom dia!

Todos os seus artigos intrutivos muito bem escritos e ilustrados com a harmonia das cores, creio que muito orientam e cativam aos leitores.Particularmente, garanto que: sempre "vale e pena ler e reler".

Que suas inspirações sejam constantes a fluir como os esguichos do chafariz que faz com beleza os esguichos d'agua espargir.

Abraços do amigo poeta,

Luiz Augusto da Silva.
Olímpia - São Paulo