quinta-feira, 1 de setembro de 2011

As cartas que escrevi...



Por Fernanda Santiago Valente

Tenho um amigo confidente e fiel que mantenho contato todos os dias através de cartas. Escrevo a ele o que há de mais lindo e absurdo dentro de mim. Ele nunca responde minhas cartas, mas me manda presentes e sinais. Sinto sua presença todos os dias, todos os momentos, mesmo morando tão longe. Talvez a morada dele seja mesmo dentro do meu coração. Amigo confidente que nunca vi o rosto...
Acho que escrevo a ele desde quando aprendi a desenhar um simples sol no papel. Talvez ele ache graça disso. Lógico! Ele é o maior artista que existe nesse mundo. Mesmo sendo famoso tem tempo para todos. Ele pediu para vários homens escreverem um livro cheio de cartas, poesias e até guerras e conflitos humanos para que todos nós pudéssemos entender nosso caminho e encontrar significado. O livro é poderoso e a cada dia me inspira, pois não é um livro qualquer. Nele, encontro respostas pessoais, profundas e íntimas. É quando encontro as respostas para os meus momentos de angústias e aflições. Quando leio o livro sempre encontro algo novo na mesma palavra. Às vezes penso que a história dele não tem fim.
Meu amigo sabe preencher o vazio que às vezes tenta me dominar. Ele sempre diz que me ama e mesmo sendo a coisa mais difícil de ser feita, ele ordena: ame o seu próximo como a ti mesmo. A dificuldade de amar o próximo está em nós. Meu amigo é muito inteligente, pois, num abraço, num sorriso, num pedido de perdão, numa gentileza sem interesse e sem querer nada em troca passamos a enxergar o quanto a vida é preciosa. Este meu amigo detesta o egoísmo, talvez seja por isso que nunca me escreva ou me faça uma visita pessoal. Sou amada por ele, mas não sou a predileta. Meu amigo não faz diferenças entre seus seres especiais, pois ele sabe que cada um é de um jeito. Mesmo para aqueles que não conseguem ter uma comunicação íntima, meu amigo está sempre enviando uma luz. Está tudo escuro? Não pare de procurar pela luz... a minha ascendeu quando escrevi a primeira carta.  



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