Por
Fernanda Santiago Valente
Temos
a tendência de procurar segurança nas pessoas que nos cercam: pais, familiares,
cônjuges, amigos... mas por mais que eles nos façam bem e nos deixem
confortáveis, nenhuma pessoa pode ser a nossa segurança. Os pais podem morrer,
familiares se ocuparem com outras coisas, cônjuge nos abandonar de repente e
amigos partirem...
Nossa
segurança também não deve estar ligada a bens materiais ou um emprego, pois os
bens podem acabar e emprego, em tempos em que a concorrência é grande, não é
segurança eterna pra ninguém. A única segurança eterna que conheço e Deus, não
consigo mais imaginar outro modelo de segurança, até mesmo quando não o vejo
fazer nada.
Penso
que Deus nos deus alguns dons e talentos e pra mim, esses são os responsáveis
de nos manter vivos.
Ao
observar o meu filho, noto que ele se sente seguro quando estou por perto,
ainda mais porque ainda não o desmamei. Ele, por enquanto depende de mim, sabe
que eu o faço se sentir seguro. Ainda está aprendendo o que significa ter
segurança. Ele quer ser acalentado o tempo todo e não nego isso. Sei que aos
poucos, ele mesmo optará pelo desmame e quem ficará triste sou eu, pois saberei
que a partir desse momento, ele já estará ganhando independência no mundo que o
cerca. E isso não é errado. É um processo natural. O Davi aprendeu a subir nos
móveis, fica em pé se apoiando em tudo o que está ao seu alcance, mas às vezes
não consegue sair do lugar que subiu. Ele começa a gritar. Quando me vê, dá
gargalhada. Simplesmente porque sabe que o tirarei da encrenca que entrou. Mas
vai chegar uma hora, que assim como aprenderá a desmamar, também aprenderá sair
do lugar, começará a andar, sem precisar me chamar simplesmente porque ganhará
segurança em si.
Eu
como mãe, devo mostrar que não é em mim que está a sua segurança, nem em
qualquer outra pessoa. A segurança dele é exclusiva de Deus, pois dessa forma
será um adulto confiante e realizado.
Quando
os nossos pais tentam conduzir as nossas vidas o tempo todo, nos transformamos
em pessoas medrosas, dependentes e frustradas. Deus não quer que caminhemos
sozinhos, mas também não quer que vivamos numa zona de conforto. Precisamos confiar em Deus para alcançarmos o
inacreditável.
Temos
sonhos que Deus não nos deu por acaso. Temos que arriscar: Mas o
que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será
castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que
muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá. Lucas 12:48-49
Cada
um sabe exatamente qual é área da vida que é necessário se lançar, se arriscar.
Nossa perspectiva de vida diante da perspectiva de Deus é muito limitada. Os
nossos cronogramas são falhos diante da vontade de Deus. Algumas coisas se
encaixam, outras não. O medo pode nos paralisar quando fracassamos, mas a
Bíblia diz que o
perfeito amor expulsa todo o medo. (1 Jo 4.18). O amor de Deus é
muito maior que o nosso medo.
Durante
os fracassos, temos a tendência de nos tornar pessoas rebeldes, mas podemos
também, no meio de tudo isso, nos alimentarmos de fé. (Se até Bate-Seba é
mencionada na genealogia de Cristo, por que eu e você não podemos?) E Jessé
gerou ao rei Davi; e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias.
Mateus
1:6-7
O
que a gente aprende com isso é que quando erramos ou fracassamos não dá para
voltar atrás e consertar, mas podemos seguir. Temos que agir em direção aos
nossos sonhos e cuidar muito bem dos recursos que Deus colocou em nossas mãos.
Às
vezes acreditamos em promessas que pessoas depositam em nossas vidas, promessas
que não são de Deus. É isso que muitas vezes nos decepciona. Achamos que Deus
nos abandonou, mas não é assim. Deus faz novas todas as coisas sempre, basta
acreditarmos e estarmos dispostos a recomeçar. Não foi assim com Jó?
Isso
mostra mais uma vez que a nossa segurança deve ser exclusiva em Deus. Ninguém tem
o poder de nos fazer sentir seguros, só Deus. ELE mostrará o caminho, e se não
estivermos enxergando esse caminho, ele surgirá...